sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SEJA BEM VINDO - **FELIZ 2012**
A busca pelo sucesso educacional ou profissional depende apenas de você.
Seu esforço em aprimorar seu conhecimento tem seu valor pessoal e não se pode simplesmente ignorar o seu futuro.
Nós da PANORAMMA estamos prontos para preparar você em alcançar seu maior objetivo educacional e profissional, para tanto, nossos educadores tem sua licenciatura plena e exclusiva na matéria a ser ministrada, facilitando assim sua melhor compreensão e de uma forma mais didática aos fatos relevantes das matérias.
SEJA BEM VINDO e aproveite o que temos de melhor a te oferecer.
"PARABÉNS VOCÊ COMEÇA A TRILHAR O SEU FUTURO."

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O MUNDO ENTRE GUERRAS

Entre-guerras ou entreguerras  - é a denominação dada ao período que se estende do fim da primeira guerra mundial, em 11 de novembro de 1918, até o início da segunda guerra mundial, em 1 de setembro de 1939.
O período foi marcado pela Grande Depressão, associada a graves tensões políticas, culminando com a ascensão dos regimes totalitários em alguns países europeus, mas sendo assim esse período ocorreu também no resto do mundo. Na Alemanha e na Itália, surgiram o nazismo e o fascismo, respectivamente.
Estes graves problemas econômicos e políticos foram as causas da Segunda Guerra Mundial.
No Brasil, além do surgimento de um movimento de inspirações semelhantes ao fascismo, o integralismo, houve a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, instaurando o Estado Novo. Esse período entre-guerras pôs fim à hegemonia do capitalismo, e o socialismo foi colocado em prática.
Quando socialismo infiltrou-se na Rússia deu origem aos partidos de oposição ao Czarismo. Esses partidos são:
  • Os mencheviques: eram a minoria, formados por burgueses que defendiam a implantação do socialismo de forma intermediária.
Nesse período os Estados Unidos passou a ser a grande potência mundial, tendo em suas mãos em torno de 50% de todo ouro mundial. Com a recuperação dos países europeus que sairam da 1ª Guerra Mundial, esses foram se erguendo, e tornaram-se independentes dos EUA. Dessa forma, a economia dos EUA começa a cair por final se originando a crise de 1929
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_entreguerras

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ESTUDAR HISTORIA AJUDA A COMPREENDER O HOMEM E O MUNDO

"Carissimos o texto abaixo foi retirado de um comentário muito lucrativo para entendermos melhor o que é estudar História.
É um texto de Ana Cássia Maturano, psicóloga e psicopedagoga que valerá a pena ler e sabermos como compreender uma boa leitura para que possamos utililza-la dentro de sua espectativa."
Fonte: g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/08

Opinião: Estudar história ajuda a compreender o homem e o mundo

Muitos estudantes resistem ao estudo desta disciplina.
Escolas precisam mostrar relação entre passado, presente e futuro.

Dia desses, acompanhei um aluno do ensino fundamental no estudo da disciplina de história. O tema era o Oriente Médio e havia muita dúvida acerca do mapa da região de Israel, Palestina, Faixa de Gaza, Jordânia e Cisjordânia.
O local, palco de constantes conflitos, sofreu muitas mudanças. O estudante, tendo em mente diferentes configurações do mapa, queria entender qual era o verdadeiro: o professor lhe apresentara um; o colega lhe mostrara outro.
O garoto, na angústia de entender o que se passava, esqueceu de usar uma ferramenta importante e simples em tal disciplina – a leitura do texto do referido assunto.
Juntos, realizamos a leitura do texto, como se lê um jornal ou revista. Observamos as figuras e as mudanças no mapa. Pois é, professor e colega estavam certos – o mapa apresentado por cada um referia-se a momentos históricos diferentes. Rapidamente sua dúvida foi sanada.
Observo, em vários estudantes, certa resistência ao estudo da história. Não compreendem bem a necessidade dela, sua serventia.
Muitas vezes, seu estudo se restringe a conhecer fatos, características, datas, nomes... Sem a devida compreensão dos acontecimentos, com suas conseqüências para o mundo e o homem. Este é o sentido de estudá-la. Ela é estudada não só por ser a nossa história, mas para ajudar a compreender o homem e o mundo de hoje, numa construção histórica, através do tempo.
Assim, estudá-la torna-se chato, enfadonho e uma mera ‘decoreba’ de datas, nomes, causas e conseqüências. E ponto. O método utilizado acaba sendo o de decorar, em que o aluno repete feito um papagaio todas essas informações sem que lhe faça sentido algum. Se ele se esquece de uma vírgula ou uma palavra, pronto, não se lembra de mais nada. Passada a prova, mal se recorda o que estudou.
Por vezes, iniciam o estudo já se empenhando em gravar as informações, sem nem terem compreensão do assunto. Como se esse fosse constituído de partes alheias entre si. Geralmente, um tema refere-se a um capítulo que é dividido em subtítulos. Mas que fazem parte de um todo.
O ideal é que antes de se afligir e ficar medindo o que terá que decorar (algo que deve ser abandonado), o aluno deve realizar uma leitura do texto como se estivesse lendo uma revista, por exemplo. Uma leitura simples, observando figuras e mapas, tentando apenas compreender aquilo que lê.
Se algo não for entendido, calma. A resposta pode estar mais adiante. Se ainda assim ficar a dúvida, releia o texto. Nem sempre da primeira vez compreendemos tudo.
Hoje, é muito comum o recurso da internet. Pode-se procurar a resposta e enriquecer o estudo com outras informações ou imagens. Por último, discutir o assunto com o colega ou professor é de grande utilidade.
Após a leitura, em que se compreende o tema, já se tem meio caminho andado. É interessante ter em mente a linha do tempo, com os principais acontecimentos – um influencia o outro. Nada acontece por acaso.
Fazendo isso, muito provavelmente o aluno terá realizado um bom estudo. Porém, dirão muitos, existem determinados pontos que parecem necessitar de certa memorização. A memória é fundamental em qualquer processo de aprendizagem.
Memorizar é uma coisa, decorar é outra. Quando se decora, não se pode perde nem a pontuação. A memória está atrelada a compreensão – a chance de que permaneça em nossa mente é maior. Por isso, após a leitura e compreensão do texto todo, aí sim ele pode ser trabalhado em partes.
Cada subtítulo deverá ser lido novamente e o aluno deverá reproduzi-lo oralmente, com suas próprias palavras, e depois verificar se não se esqueceu de nenhuma informação importante. Caso tenha esquecido algo, pode-se repetir o processo para então passar para outro tópico.
Para aqueles que estão prestando vestibular e tem muitas coisas para ver, o ideal é fazer uma boa leitura dos diferentes temas, considerando a linha do tempo e a relação entre eles. O volume que têm é maior – muito diferente de estudar para uma prova do colégio. Leiam e se deliciem com sua leitura. Como se fosse um romance.
O aprendizado da história é fundamental. As escolas precisam mostrar isso para seus alunos, assim como a relação do passado com o presente e futuro. Só assim ela será mais valorizada. E nada de cobrarem ‘decoreba’.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

SEGUNDO IMPÉRIO - 1840 A 1889

A 23 de julho de 1840, por meio de uma medida constitucional, dom Pedro de Alcântara, com 14 anos e setes meses de idade, teve sua maioridade antecipada. Foi coroado como dom Pedro 2º e assumiu o trono e o governo imperial.

Iniciava-se o Segundo Reinado, que durou até
1889. A antecipação da maioridade do herdeiro do trono real passou para a história como o "golpe da maioridade". A medida foi uma iniciativa dos políticos pertencentes ao Partido Liberal como uma alternativa ao governo regencial (1831-1840), que era apontado na época como a principal causa das freqüentes rebeliões, agitações sociais do país.

No Segundo Reinado o país foi pacificado. Cessaram as rebeliões provinciais que marcaram o panorama político dos governos regenciais e ameaçaram a ordem social e a consolidação do Estado brasileiro. Duas rebeliões que eclodiram ainda no período regencial chegaram ao fim no segundo reinado: a
Balaiada em 1841, e a Farroupilha, em 1845.

A única grande rebelião iniciada no segundo reinado foi a
Revolução Praieira, que eclodiu em 1848 na província de Pernambuco, mas foi debelada no ano seguinte, em 1849. A paz interna advinda com o governo de dom Pedro 2º favoreceu a consolidação dos interesses da classe dominante representada pelos grandes proprietários rurais.
Escravidão e ausência de participação popular
A classe dominante estava coesa em torno da manutenção da escravidão e da alienação (ou ausência) da participação popular nas decisões políticas governamentais. Mas tinham divergências no que diz respeito a interesses econômicos e políticos locais. Assim, organizaram-se politicamente em duas agremiações políticas: o Partido Liberal e Partido Conservador.

Os dois partidos políticos disputavam o poder através de eleições legislativas (para a Câmara dos Deputados). Por meio de um processo eleitoral bastante fraudulento e violento, tentavam conquistar maioria no Parlamento e influenciar as decisões governamentais na medida que seus membros fossem nomeados para formar os gabinetes ministeriais. No transcurso do segundo reinado, liberais e conservadores se alternaram no poder.
Parlamentarismo e poder Moderador
Os anos de 1840 até 1846 foram marcados por conflitos e divergências políticas entre liberais e conservadores com relação ao sistema de governo. Em 1847, porém, foi instituído o Parlamentarismo, que passou a funcionar articulado ao Poder Moderador.

Criou-se o cargo de presidente do Conselho de Ministros. Desse modo, o imperador em vez de escolher todos os seus ministros (regra que vigorou no período precedente), escolhia apenas o primeiro-ministro. Uma vez nomeado, o primeiro-ministro se encarregava das nomeações para formar o gabinete ministerial.

Com o ministério nomeado, restava a aprovação dos parlamentares da Câmara dos Deputados. Dispondo do Poder Moderador, o imperador detinha a prerrogativa de dissolver os gabinetes ministeriais como condição para formação de outro ministério, dependendo da ocasião e da conjuntura política.
As campanhas platinas
Durante o Segundo Reinado, o Brasil se envolveu em três conflitos armados com países fronteiriços da região Platina. Esta é formada pela Argentina, Uruguai e Paraguai, países que fazem fronteira ao sul com o Brasil. Naquela época, a região Platina era muito povoada e importante economicamente em razão do intenso comércio local. Foram os interesses econômicos brasileiros que levaram o governo imperial a guerra.

Em 1851 teve início a Guerra contra Oribe e Rosas. Esse conflito armado envolveu a Argentina e o Uruguai (país que pertenceu ao Brasil até 1828). Em 1851, Oribe, líder do Partido Blanco tomou o poder no Uruguai, e com o apoio de Rosas, ditador argentino, bloqueou o porto de Montevidéu prejudicando o comércio brasileiro na bacia Platina. As tropas brasileiras comandadas pelo então conde de
Caxias aliaram-se às tropas lideradas por políticos rivais a Oribe e Rosas. O Brasil venceu a guerra em 1852.

Em 1864 ocorreu a Guerra contra Aguirre, líder do Partido Blanco e governante do Uruguai. A guerra começou depois que os uruguaios promoveram várias invasões ao Rio Grande do Sul para roubarem gado dos fazendeiros gaúchos.

O governo imperial organizou tropas que ficaram sob o comando do vice-almirante Tamandaré e do marechal Mena Barreto. Com o apoio de tropas comandadas por opositores políticos do governo de Aguirre, o Brasil consegui depô-lo e transferir o governo ao líder do Partido Colorado, Venâncio Flores.
Guerra do Paraguai
Mas o conflito armado mais longo e violento foi a Guerra do Paraguai. Começou em 1864 e chegou ao fim em 1870. O Paraguai nesta época era o país mais próspero da região. Contava com uma moeda forte e uma economia industrial que era a base do progresso e desenvolvimento nacional.

Quando o ditador nacionalista Francisco Solano López chegou ao poder, colocou em prática uma política expansionista que pretendia ampliar o território do Paraguai tomando terras do Brasil, Argentina e Uruguai. Solano López tinha como objetivo formar o "Grande Paraguai".

A guerra teve início quando tropas paraguaias invadiram o território brasileiro e argentino. Formou-se então a Tríplice Aliança, que unia militarmente o Brasil, Argentina e Uruguai para lutar contra o Paraguai. Os conflitos foram intensos em várias regiões, terminando somente em 1870 com a invasão de Assunção e a perseguição e morte de Solano López. Para o Paraguai as conseqüências da guerra foram desastrosas devido à destruição de sua economia industrial e a morte de cerca de 80% da população.
O poder do café
A estabilidade política advinda com o governo imperial de dom Pedro 2º foi amplamente favorecida pela comercialização do café. A expansão da lavoura cafeeira a partir da segunda metade do século 19 deu novo impulso a economia agroexportadora, trazendo prosperidade econômica ao país e favorecendo a consolidação dos interesses dos grandes proprietários rurais.

A produção em larga escala do café começou no Rio de Janeiro, nas regiões de Angra dos Reis e Mangaratiba, a partir de 1830. Em seguida, as plantações se alastraram para o vale do rio Paraíba, a partir daí a produção voltou-se para exportação. Por volta de 1850, a lavoura cafeeira se expandiu para o Oeste paulista, favorecida pelas condições propícias do solo para o cultivo do café.

Para ser lucrativa, a comercialização do café no concorrido mercado mundial exigiu dos grandes fazendeiros o emprego em larga escala de mão de obra
escrava. Não obstante, nesta época o tráfico mundial de escravos entrou em declínio.
Escravidão negra
O governo imperial brasileiro relutava em cumprir os acordos, leis e tratados firmados com a Inglaterra, país cujos interesses econômicos a levaram a defesa da extinção do tráfico de escravos. Em 1850 o Brasil cedeu as pressões dos ingleses promulgando a Lei Eusébio de Queirós, que levou a extinção definitiva do tráfico.

A proibição do tráfico negreiro levaria inevitavelmente ao fim o trabalho escravo. Mas a classe dominante adiou o quando pôde a abolição da escravidão no país. Para solucionar o problema da crescente escassez de mão de obra, os fazendeiros recorreram inicialmente ao tráfico interno de escravos, comprando-os de regiões economicamente decadentes.

Quando o problema da falta de mão de obra escrava agravou-se, os prósperos fazendeiros paulistas colocaram em prática uma política de incentivo à
imigração de colonos, que passaram a trabalhar sob regime assalariado. O Brasil seria um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão, em 1888.
Declínio do Segundo Reinado
O café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro. A prosperidade econômica advinda com sua comercialização estimulou a industrialização e a urbanização. Com isso, surgiram novos grupos e classes sociais, portadoras de novas demandas e interesses. Esses grupos passariam a contestar o regime monárquico através dos movimentos republicano e abolicionista.

Enquanto a produção cafeeira das regiões do vale do rio Paraíba e do Rio de Janeiro entraram em decadência, devido ao esgotamento dos solos, o oeste paulista expandia a produção beneficiado pelas terras roxas, bastante propícias à cultura do café. Para os interesses dessa classe de ricos proprietários rurais a monarquia centralizadora - sediada no Rio de Janeiro e apoiada pelos decadentes senhores de engenhos nordestinos e cafeicultores do vale do Paraíba -, já não tinha utilidade.

Enquanto puderam, defenderam tenazmente a manutenção da escravidão, mas progressivamente tornaram-se adeptos dos princípios federalistas contidos nos ideais do movimento republicano.

Desse modo, gradualmente, a monarquia foi perdendo legitimidade diante dos novos interesses e aspirações sociais que surgiram. Além disso, a partir da década de 1870, o Estado monárquico entrou em conflito com duas instituições importantes que formavam a base de sustentação do regime: o Exército e a Igreja Católica. Uma aliança entre os ricos proprietários rurais do oeste paulista e a elite militar do Exército levou a derrocada final do regime monárquico, com a
proclamação da República.
Créditos:
Pedro 2º e pacificação
Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

REGÊNCIAS - 1831 A 1840

Com a abdicação de dom Pedro 1º, em 1831, seu filho, Pedro de Alcântara, de apenas cinco anos, herdou o trono imperial. O Brasil foi governando, então, por regentes, que conduziram o governo até que o herdeiro atingisse a maioridade e assumisse o trono. A regência inaugurou uma nova fase da história do Brasil Império, marcada pela eclosão de inúmeras rebeliões sediciosas e pela reorganização das forças políticas nacionais.
Antes da abdicação de
Pedro 1º, três correntes políticas predominavam no cenário nacional, organizadas em dois partidos políticos. O Partido Brasileiro representava tanto os interesses dos grandes proprietários agrários como o dos liberais, com maior inserção nas camadas urbanas. O Partido Português representava basicamente os interesses da alta burocracia do Estado e dos comerciantes portugueses ligados ao antigo comércio colonial. No início do período regencial, porém, essas forças políticas se reorganizaram. Surgiram, então, dois novos partidos: o Partido Moderado e o Partido Exaltado.
Partidos políticos do período imperial
O Partido Moderado, apelidado de chimangos, passou a representar, unicamente, os interesses dos grandes proprietários agrários. Eram defensores da escravidão; da monarquia moderada, isto é, sem absolutismo; da preservação da unidade territorial do país, e da ampliação da autonomia das províncias. Os líderes mais importantes eram o padre Diogo Antônio Feijó, Evaristo da Veiga e Bernardo Pereira de Vasconcelos.
O Partido Exaltado, apelidado de farroupilhas, passou a representar os interesses das camadas urbanas. Defendiam a ampla descentralização do poder, através da autonomia administrativa das províncias e instauração do sistema federalista. Desejavam substituir a monarquia pelo regime republicano. Seus principais líderes foram Borges da Fonseca, Lélis Augusto May e
Cipriano Barata.
O Partido Português, por outro lado, apenas modificou sua denominação para Partido Restaurador, e seus membros foram apelidados de caramurus. Os restauradores tinham como principal objetivo articular o retorno de Pedro 1º ao trono imperial. Defendiam um regime absolutista e centralizador. Seu principal líder foi
José Bonifácio de Andrada e Silva.
De regência provisória à permanente
Após a abdicação de Pedro 1º, as três correntes políticas competiram para influenciar os rumos do governo imperial. O Poder Legislativo do Império ficou encarregado de eleger uma regência para governar o país. Instituiu-se a Regência Trina Provisória, com um breve mandato que abrangeu o período de abril a julho de 1831. Para ocupá-la, foram escolhidos os senadores Nicolau de Campos Vergueiro e José Joaquim de Campos e o brigadeiro Francisco de Lima e Silva. Ao fim do mandado provisório, o Parlamento estabeleceu a Regência Trina Permanente. Foi composta por José da Costa Carvalho, Bráulio Muniz e pelo brigadeiro Lima e Silva. Exerceram um mandato de 1831 a 1835.
A Regência Trina Permanente marcou a ascensão do grupo dos moderados ao poder. A figura de maior destaque deste período foi o padre Diogo Antônio Feijó. Nomeado para o cargo de ministro da Justiça, Feijó criou, em 18 de agosto de 1831, a Guarda Nacional.
A Guarda Nacional foi um instrumento policial empregado para impor a lei e a ordem pública, reprimindo com violência as constantes agitações populares e revoltas militares. Serviu, basicamente, aos interesses da oligarquia agrária, preservando as grandes propriedades rurais, a escravidão, e reprimindo os movimentos oposicionistas ao governo regencial.
Regência Una
Em 1834, os políticos moderados conseguiram fazer uma reforma na Constituição do Império, instituindo o Ato Adicional. Por meio dele, ficou estabelecido que a Regência Trina Permanente seria exercida por uma única pessoa, com mandato de quatro anos. Surgiu então, a Regência Una. O padre Diogo Antônio Feijó foi eleito para o cargo.
Feijó tentou conciliar os interesses divergentes das correntes políticas do país, atendendo algumas reivindicações de setores oposicionistas. Sua regência, no entanto, foi marcada pela eclosão de inúmeras revoltas e rebeliões separatistas, que ameaçaram a ordem e unidade territorial do Brasil.
Em 1835, eclodem a
Cabanagem, no Pará; e a Farroupilha, no Rio Grande do Sul; em 1837 a Sabinada na Bahia. Responsabilizado pela onda de rebeliões, Feijó renunciou em 1837. O senador pernambucano, Pedro Araújo Lima, assumiu a regência e permaneceu no cargo até 1840.
Político conservador, adotou medidas de caráter regressista, interrompendo a tendência à descentralização, suprimindo a autonomia política das províncias e fortalecendo o poder central. A Guarda Nacional, até então sob controle dos grandes proprietários agrários, foi colocada sob comando direto do poder central. As revoltas e rebeliões provinciais foram duramente reprimidas.
Emancipação de Dom Pedro 2º
Para os políticos e parlamentares do Império, a principal causa da instabilidade e crise política reinante no país devia-se à instituição das regências eletivas em vigor. Não obstante, a pouca idade do herdeiro do trono dificultava outra solução institucional. A partir de 1837, porém, parlamentares da corrente liberal apresentaram alguns projetos de lei que previam a antecipação da maioridade do imperador. Em abril de 1840, surgiu o Clube da Maioridade, cuja atuação resultou na emenda constitucional que antecipou a maioridade do imperador. Desse modo, com 15 anos de idade, Pedro de Alcântara foi coroado e recebeu o título de Pedro 2º. A coroação de Pedro 2º deu início ao Segundo Reinado.
Quando dom Pedro 2º assumiu o trono, as forças políticas que atuaram no período regencial haviam passado por importantes transformações, que influenciariam a política partidária nacional do Segundo Reinado. A morte precoce do ex-imperador Pedro 1º., em 1834, havia levado à desarticulação e à dissolução da corrente política representada pelos restauradores, agrupados no Partido Português. E dois novos partidos haviam surgido: o Partido Liberal e o Partido Conservador.


Créditos:
Rebeliões marcam Período Regencial
Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

O IMPERIALISMO AFRO-ASIÁTICO (NEOCOLONIALISMO)

A industrialização do continente europeu marcou um intenso processo de expansão econômica. O crescimento dos parques industriais e o acúmulo de capitais fizeram com que as grandes potências econômicas da Europa buscassem a ampliação de seus mercados e procurassem maiores quantidades de matéria-prima disponíveis a baixo custo. Foi nesse contexto que, a partir do século XIX, essas nações buscaram explorar regiões na África e Ásia.

Gradativamente, os governos europeus intervieram politicamente nessas regiões com o interesse de atender a demanda de seus grandes conglomerados industriais. Distinto do colonialismo do século XVI, essa nova modalidade de exploração pretendia fazer das áreas dominadas grandes mercados de consumo de seus bens industrializados e, ao mesmo tempo, pólos de fornecimento de matéria-prima. Além disso, o grande crescimento da população européia fez da dominação afro-asiática uma alternativa frente ao excedente populacional da Europa que, no século XIX, abrigava mais de 400 milhões de pessoas.

Apesar de contarem com grandes espaços de dominação, o controle das regiões alvo da prática neocolonial impulsionou um forte acirramento político entre as potências européias. Os monopólios comerciais almejados pelas grandes potências industriais fizeram do século XIX um período marcado por fortes tensões políticas. Em conseqüência à intensa disputa dos países europeus, o século XX abriu suas portas para o primeiro conflito mundial da era contemporânea.

Somado aos interesses de ordem político-econômica, a prática imperialista também buscou suas bases de sustentação ideológica. A teoria do darwinismo social, de Hebert Spencer, pregava que a Europa representava o ápice do desenvolvimento das sociedades humanas. Em contrapartida, a África e a Ásia eram um grande reduto de civilizações “infantis” e “primitivas”. Influenciado por esse mesmo conceito, o escritor britânico Rudyard Kipling defendia que o repasse dos “desenvolvidos” conceitos da cultura européia aos afro-asiáticos representava “o fardo do homem branco” no mundo.

Com relação à África, podemos destacar a realização da Conferência de Berlim (1884 – 1885) na qual várias potências européias reuniram-se com o objetivo de dividir os territórios coloniais no continente africano. Nessa região podemos destacar o marcante processo de dominação britânica, que garantiu monopólio sob o Canal de Suez, no Norte da África. Fazendo ligação entre os mares Mediterrâneo e Vermelho, essa grande construção foi de grande importância para as demandas econômicas do Império Britânico. Na região sul, os britânicos empreenderam a formação da União Sul-Africana graças às conquistas militares obtidas na Guerra dos Bôeres (1899 – 1902).

Na Índia, a presença britânica também figurava como uma das maiores potências coloniais da região. Após a vitória na Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763), a Inglaterra conseguiu formar um vasto império marcado por uma pesada imposição de sua estrutura político-administrativa. A opressão inglesa foi alvo de uma revolta nativa que se deflagrou na Guerra dos Sipaios, ocorrida entre 1735 e 1741. Para contornar a situação, a Coroa Inglesa transformou a colônia indiana em parte do Império Britânico.

Resistindo historicamente ao processo de ocupação, desde o século XVI, o Japão conseguiu impedir por séculos a dominação de seus territórios. Somente na segunda metade do século XIX, que as tropas militares estadunidenses conseguiram forçar a abertura econômica japonesa. Com a entrada dos valores e conceitos da cultura ocidental no Japão, ocorreu uma reforma político-econômica que industrializou a economia e as instituições do país. Tal fato ficou conhecido como a Revolução Meiji.

Com tais reformas, o Japão saiu de sua condição econômica feudal para inserir-se nas disputas imperialistas. Em 1894, os japoneses declararam guerra à China e passaram a controlar a região da Manchúria. Igualmente interessados na exploração da mesma região, os russos disputaram a região chinesa na Guerra Russo-Japonesa, de 1904. Após confirmar a dominação sob a Manchúria, os japoneses também disputaram regiões do oceano Pacífico com os EUA, o que acarretou em conflitos entre essas potências, entre as décadas de 1930 e 1940.

Outras guerras e conflitos foram frutos do neocolonialismo. Entre elas, podemos inclusive destacar a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Por fim, percebemos que a solução obtida pelas nações industriais frente à questão de sua superprodução econômica teve conseqüências desastrosas. O imperialismo foi responsável por uma total desestruturação das culturas africanas e asiáticas. Na atualidade vemos que as guerras civis e os problemas sócio-econômicos dessas regiões dominadas têm íntima relação com a ação imperialista.

O MOVIMENTO OPERÁRIO EUROPEU

Conjunto de tentativas coletivas de alterar a ordem social e econômica para melhorar as condições de vida da população operária. Surgido no século XIX, nos países industrializados
O dia do Trabalho, que se comemora em primeiro de maio em quase todos os países do mundo, relembra um dos episódios mais violentos da história do movimento operário. Em 1º de maio de 1889, militantes anarco-sindicalistas que se manifestavam a favor da jornada de trabalho de oito horas foram executados nas ruas de Chicago. A partir do ano seguinte, por iniciativa da central sindical conhecida como Segunda Internacional, instituiu-se esse dia como data máxima dos trabalhadores organizados.
Surgido em conseqüência da concentração de trabalhadores nas grandes fábricas criadas a partir da revolução industrial, o movimento operário luta para melhorar as condições de vida da população trabalhadora e mesmo para modificar a ordem institucional em muitos países. Organizações mais radicais do proletariado, inspiradas em idéias anarquistas e comunistas, lideraram historicamente revoluções sociais cujo objetivo era criar um novo tipo de sociedade.
Origens. Antes da revolução industrial, os movimentos de protesto de origem urbana ou rural caracterizavam-se pela escassa coesão ideológica e por seu caráter violento e efêmero. A consciência de classe e a necessidade de formar organizações permanentes para dirigir a luta operária apareceram em conseqüência das novas condições de trabalho que a revolução industrial criou, a partir do final do século XVIII. Além da desumanização do trabalho, provocada pela introdução das primeiras máquinas, o rígido sistema gremial foi substituído por um mercado livre de trabalho. Com isso, ocorreram fenômenos como o prolongamento da jornada de trabalho, a redução dos salários, o emprego de mulheres e crianças em atividades insalubres, a falta de higiene e de medidas de segurança nas fábricas e outros problemas. Foi no Reino Unido, primeira nação industrializada do mundo, que surgiram as primeiras organizações operárias, dirigidas a defender os trabalhadores das penosas condições em que viviam e protestar coletivamente contra elas.
Na fase inicial do movimento, os trabalhadores industriais dirigiram toda sua agressividade contra as máquinas, às quais culpavam pelo desemprego e pela piora de suas condições de vida. O movimento destruidor de máquinas chamou-se ludismo e foi duramente reprimido, até que deu lugar a novos métodos de luta, baseados na organização sindical e nas cooperativas. A limitação da jornada de trabalho e o reconhecimento legal do direito de associação foram as principais reivindicações das trade unions (sindicatos), que já estavam perfeitamente organizados no Reino Unido na década de 1830.
O movimento cartista, surgido no calor da luta operária, entregou ao Parlamento britânico, em 1838, uma série de reivindicações políticas que incluíam o sufrágio universal, entendido como meio de alcançar as melhorias sociais. Em paralelo, o movimento cooperativista, impulsionado por alguns dos mais destacados socialistas utópicos -- como Robert Owen, no Reino Unido, e Charles Fourier, na França -- procurava criar o modelo de uma nova sociedade, baseado em melhores condições de trabalho e na coletivização dos meios de produção.
Na França, assim como em outros países europeus, o movimento operário associado aos partidos republicanos e democratas progrediu ideologicamente com as teorias de pensadores socialistas como Louis Blanc, Pierre-Joseph Proudhon, Auguste Blanqui e outros. Depois dos eventos revolucionários que sacudiram a Europa em 1848, ano de publicação do Manifesto comunista de Karl Marx e Friedrich Engels, o movimento operário dividiu-se em várias tendências. Os marxistas e alguns anarquistas pregavam a luta revolucionária para derrubar o sistema capitalista; os proudhonianos defendiam a implantação pacífica de uma sociedade coletivista e os reformistas preferiam colaborar com os regimes liberais, para obter conquistas políticas e sociais.
Internacionalismo. A obra teórica de Karl Marx conferiu ao movimento operário um conteúdo ideológico mais sólido que o de outras tendências socialistas. O anarquismo imprimiu um sentido moral e universalista à revolução, que passou a ser o objetivo político do proletariado e do campesinato de alguns dos países mais atrasados no processo de industrialização, como Espanha e Rússia. As duas tendências, representadas por Marx e Bakunin, respectivamente, se uniram em 1864 sob a bandeira da Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais conhecida como Primeira Internacional, a AIT foi fundada em Londres com o objetivo de fomentar a solidariedade proletária e promover a conquista do poder por aquela classe social.
Inicialmente, os sindicatos ingleses e franceses detinham a maior representação na Internacional; a partir de 1868, porém, foram criadas seções regionais na Bélgica, Espanha, Suíça, Itália e outros países. A desagregação da Primeira Internacional ocorreu por causa da perseguição movida pelos governos aos seus dirigentes, mas, sobretudo pelas discordâncias entre Marx e Bakunin. A derrota da Comuna de Paris em 1871, ensaio frustrado de governo socialista que teve a participação dos internacionalistas, precipitou a dissolução da organização. Durante o Congresso de 1872 em Haia, as seções bakunistas se separaram da AIT e se integrou à Aliança Internacional, uma nova organização anarquista. O fim estava próximo: a Primeira Internacional acabou em 1876, e a Aliança realizou seu último congresso no ano seguinte.
Enquanto isso, a expansão do capitalismo e sua evolução para a etapa imperialista, que se caracterizou por "exportar" para a periferia as contradições do sistema, tornaram possível a concessão de benefícios sociais nos países industrializados. O movimento operário tendeu a orientar suas atividades no sentido de criar organizações sindicais consolidadas e partidos social-democratas nacionais. Em 1889 foi fundada a Segunda Internacional, em que predominava o Partido Social Democrata Alemão. O principal teórico da revisão do marxismo foi Eduard Bernstein, que concebeu a idéia de alcançar o socialismo por um processo de aperfeiçoamento do capitalismo.
A deflagração da primeira guerra mundial demonstrou a fragilidade do conteúdo internacionalista dos partidos social-democratas da época, pois cada um apoiou o governo de seu país em lugar de trabalhar pela solidariedade operária entre os países em guerra.
Revolução russa e evolução do movimento operário. Diante do "revisionismo" dos socialistas e social-democratas, os revolucionários russos -- principalmente Lênin -- promoveram a criação de um partido profissional, que representasse a vanguarda do proletariado. O sucesso da revolução russa de 1917 alimentou, na classe operária de outros países, a ilusão de uma rápida vitória do comunismo internacional, e com isso a Europa viveu, entre 1918 e 1922, um novo período de explosões revolucionárias. Em 1919 fundou-se em Moscou a Terceira Internacional, ou Internacional Comunista. Os partidos social-democratas da Hungria, no poder, combateram a revolução proletária. Nos demais países da Europa, fracassaram as revoltas isoladas dos novos partidos comunistas.
Em reação ao ativismo comunista, surgiram os partidos fascista e nazista, que chegaram ao poder na Itália e na Alemanha, respectivamente. Esses partidos tinham tendência a incorporar, em seus programas, elementos do trabalhismo e do sindicalismo.
O movimento comunista se dividiu em 1938, quando Leon Trotski fundou a Quarta Internacional, oposta ao stalinismo. O anarquista perdeu terreno, na primeira metade do século XX, para a social-democracia e para o comunismo.
Depois de um período de isolamento e decadência, os partidos comunistas voltaram a crescer na Europa, após a segunda guerra mundial, principalmente na França e na Itália. A recuperação econômica do continente fez com que esses partidos assumissem papéis compatíveis com os estados capitalistas democráticos. Os grandes sindicatos socialistas e comunistas da Europa, assim como os sindicatos americanos, se transformaram em instituições integradas ao sistema econômico e social capitalista e chegaram mesmo a colaborar com os governos nos planos de austeridade adotados em épocas de crise. A participação operária em alguns escassos episódios revolucionários, como o de maio de 1968 em Paris, ocorreu à margem das diretrizes sindicais.
O fenômeno de institucionalização do sindicalismo se manifestou com maior intensidade dentro dos regimes comunistas, na União Soviética e nos países do leste europeu. Os tímidos movimentos populares de oposição aos regimes centralizadores ganharam expressão no final da década de 1980. Com a dissolução da União Soviética, em 1991, os trabalhadores dos antigos países comunistas passaram a apoiar abertamente o retorno à economia de mercado. O final do século XX encontrou o movimento operário europeu dividido e ameaçado por conflitos nacionalistas, étnicos e religiosos, no leste, e pelo recrudescimento do nazi-fascismo e do racismo, no oeste.

POLITICA DAS NACIONALIDADES - UNIFICAÇÃO ALEMÃ E UNIFICAÇÃO ITALIANA

UNIFICAÇÃO ALEMÃ
Foi um processo iniciado em meados do seculo XIX  e finalizado em 1871, para a integração e posterior unificação de diversos estados germânicos em apenas um: a Alemanha. O processo foi liderado pelo primeiro ministro prussiano Otto Von Bismarck, conhecido como Chanceler de Ferro, e culminou com a formação do Segundo Reich (Império) alemão.
A REVOLUÇÃO DE 1848 NOS ESTADOS ALEMÃES
A partir do movimento de Fevereiro de [1848], na França, que conduziu à abdicação de Luis Filipe I de França, nos meses seguintes diversos Estados alemães também se revoltaram, registrando-se manifestações populares e um movimento a favor de um parlamento nacional eleito pelo povo, que elaborasse uma nova constituição para uma Alemanha unificada. Poucos dias após a insurreição em Viena, burgueses e operários de Berlim ergueram barricadas nas ruas, entrando em choque com as tropas do rei Frederico Guilherme IV da Prússia, que também foi obrigado a autorizar a convocação de uma Assembléia Constituinte.
Ao mesmo tempo, ainda em Maio de 1848, uma Assembléia composta por deputados eleitos por todo o território germânico - o Deutscher Bund - se reuniu em Frankfurt-am-Main para a elaboração da nova constituição alemã. Nela, distinguiam-se dois grupos de deputados: os Grossdeutsche e os Kleindeutsche. Os deputados do primeiro grupo defendiam uma Alemanha incluindo a Àustria, estendendo-se do mar Báltico, ao norte, até ao Adriático, ao sul. Já o segundo grupo defendia uma Alemanha sob liderança dos prussianos, excluindo assim a Àustria. A solução encontrada para o impasse foi a de um Estado governado pelos Hohenzollern. A Coroa da nova Alemanha foi oferecida ao rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, que recusou-a e também não aceitou a Constituição de Frankfurt. Esta atitude foi repetida pelo governo da Àustria e dos outros Estados Alemães. O povo alemão, embora quisesse ver a nova Constituição aprovada, não estava totalmente satisfeito com ela, pois o poder ainda continuaria na mão dos antigos líderes. Deste modo, a revolução ficou enfraquecida, a Assembléia foi dissolvida e a restauração conservadora se completou, acabando, por algum tempo, com o sonho de uma Alemanha unificada.


UNIFICAÇÃO ITÁLIA
Como a população italiana lutou pela sua independência política contra as potências européias que dominavam sua região, através da vontade de uma burguesia sedenta em progresso e industrialização.
Imagine um Brasil dividido em sua totalidade por diversas influências territoriais: O Sul dominado pelos alemães, o sudeste pelos holandeses e o nordeste pelos franceses. Tal fato geraria uma grande insatisfação popular, pelo fato de que o povo não poderia eleger democraticamente novos governos e não poder comandar a economia de seu país, pois diversos países administravam ambas as partes. Tal situação era idêntica na Itália do século XIX, uma região dominada por diversas potências globais que impediam qualquer progresso econômico e competitivo no mercado, situação que permitiu que a burguesia local financia-se levantes contra os invasores europeus.

A Itália não era um estado-nação como conhecemos hoje. Desde os tempos da Idade Média (476-1453) e a Idade Moderna (1453-1789), a Itália era dividida em diversos territórios. Para sermos mais específicos, desde os “tempos das trevas” do mundo medieval, a Itália tinha 90% de seu território dividido por terras da IGREJA!. Essa sustentava uma economia agrária e quase feudal na região, cujos lucros eram remetidos, evidentemente, na criação de novas sedes cristãs, no financiamento de catequismos no novo mundo e a expansão da santa inquisição, cuja finalidade era queimar os infiéis e impuros que não respeitavam as ideologias da Igreja. Motivo: “Pela Graça de Deus e somente pela sua boa vontade e suas ordens” Avançando até o século XIX, o mundo sofreu uma transição grandiosa do mercantilismo para o capitalismo, por 2 razões: A Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A Primeira ocasionou-se pela insatisfação da burguesia por não ter possibilidades evidentes de poder progredir economicamente, devido a um governo.

Avançando até o século XIX, o mundo sofreu uma transição grandiosa do mercantilismo para o capitalismo, por 2 razões: A Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A Primeira ocasionou-se pela insatisfação da burguesia por não ter possibilidades evidentes de poder progredir economicamente, devido a um governo intervencionista na economia, que não defendia a propriedade privada e tão pouca o livre comércio. A Revolução Francesa colocou em xeque esse tipo de poder autocrático, colocando a semente na terra para que a burguesia subisse no poder; A segunda, [b] pela necessidade do aumento de produção em larga escala, do conhecimento dos meios de produção e a redução de custos. A Itália no século XIX, em 80% de seu território, tinha sua economia voltada ao setor primário, ou seja, voltado ao setor agrícola. Uma economia fraca, burocrática, lenta e pouco competitiva em um mercado que começava a se industrializar e tornar-se cada vez mais exigente. Tudo isso administrada pelas potências européias. Para se ter uma idéia, após a queda de Napoleão, o Congresso de Viena, uma espécie de Congresso de Yalta, decidiu que a Itália ficaria dividida da seguinte forma:

No Norte caberia a influência Austríaca nas regiões do Vêneto, Tirol, Istria, Sabóia e Nice;

No Centro caberia a influência da Igreja em sua antiga Região dos Estados Pontifícios;

No Sul caberia a influência da França (Governo dos Bourbon) no Reino das Duas Sicília;
Somente uma região, ao extremo Noroeste teria pouca influência dessas potências européias: o Reino do Piemonte. Esse passou por um processo de modernização que o transformou no mais poderoso dos pequenos italianos. Diferente das regiões que eram governadas pelo total absolutismo, o Piemonte possuía uma Monarquia Constitucional. Além disso, um surto de Industrialização propiciou o fortalecimento da burguesia piemontesa, cujos interesses econômicos tornavam necessária a unida política do país, ou seja, uma Itália Unificada e Livre, sem intervenções políticas e econômicas externas. A ascensão do Conde de Carvour, um rico burguês-financeiro, ao posto de primeiro ministro, apoiado pelos partidários de unificação, acelerou ainda mais o processo de independência política do país que ocorreria no período de 1860-70.

Em 1848, a Itália tentou sua independência. Diversos movimentos surgiram, em maior destaque: Os Camisas Vermelhas, liderados por Giuseppe Garibaldi cuja concentração era voltada ao Sul da Itália e apoio mais popular e o Ressurgimento, movimento pela alta burguesia do Piemonte que pregava a unificação sob uma monarquia liberal, liderado por Carvour. Nesse mesmo ano, a França explodiu uma revolução com cunho socialista que depôs o monarca Luís Filipe, e instalou a chama 2ª República. Devido a instabilidade política, um golpe dado por Luís Bonaparte (Sobrinho de Bonaparte) sobrepujou a revolução e instalou o 2º Império francês. A Revolução do proletariado francês motivou diversas nações da Europa a tentarem lutar contra o Absolutismo, inclusive no Brasil, com a Revolução Praieira em Recife. A Itália tentou lutar contra, porém as forças austríacas solaparam as resistências de Giuseppe Garibaldi e estabeleceram novamente suas influências na península. Uma derrota que estimulou ainda mais a sua independência.

Em 1860 deu-se a largada contra a opressão austríaca na Itália. Um acordo afirmado do Piemonte com Napoleão III contra a Áustria ajudou ainda mais a unificação. Em 1860, tropas francas piemontesas venceram os Austríacos nas batalhas de Magenta e Solferino, mas a ameaça de uma intervenção militar da Prússia levou a França a retirar-se da guerra, obrigando os piemonteses a concluir com a Áustria o tratado de Zurique. Por ele, a Áustria conservava a região de Veneza e cedia a Lombardia (região norte-central da Itália) ao Piemonte; este, por sua vez, cedia à França as regiões de Nice e Sabóia.

Paralelamente à guerra contra a Áustria, Garibaldi Promovera várias insurreições patrióticas na Itália central. As tropas Garibaldinas conquistaram os ducados de Toscana, Parma e Módena, assim como a Região da Romana, pertencente aos Estados Pontifícios. Em 1860, Garibaldi atacou o Reino das Duas Sicília, comandando a Expedição dos Mil Camisas Vermelhas, que culminou com a conquista de Nápoles.

Para a conclusão da unidade de país faltava ainda a incorporação de Veneza, submetida à ocupação austríaca, e de Roma, onde Napoleão III mantinha tropas francesas para proteger o Papa. O Imperador francês, por birra, opunha-se agora à unificação da Itália porque temia o surgimento de uma nova potência junto às fronteias da França.

Aquela época, a Prússia também estava promovendo a unificação da Alemanha, à qual se opunham a Áustria e a França. Os objetivos e inimigos comuns levaram em 1866 á assinatura de um pacto militar ítalo-prussiano.

Nesse mesmo ano, eclodiu a guerra Austro-Prussiano (1866), que indiretamente, iria acelerar a unidade italiana. Em campanha fulminante, a aliança ítalo-prussiana venceu os austríacos, que, entre outras concessões, foram obrigados a ceder à Itália o domínio de Veneza. Os italianos tiveram de renunciar às províncias do Tirol, Treintino e Ístria.

A unificação tomou-se por completa após a guerra franco-prussiana (1870), onde a Alemanha se unificou completamente e derrotou França; Essa retirou suas tropas de Roma.

As conseqüências da unificação foram as mais interessantes: As províncias irredentistas do Tirol, Treintino e Ístria só foram recuperadas no governo de MUSSOLINI. Desde 1866 essas ficaram sob o domínio a Áustria. No final do século XIX, o irredentismo passou a ser apoiado pela Itália, que pretendia recuperar essas regiões. Em 1915, o irredentismo desempenhou importante papel na entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial. Após essa, não foi devolvida efetivamente à Itália.

De certo modo, a unificação da Itália alavancou o processo democrático e industrial do país. Porém, a falta de um setor secundário competitivo (setor industrial), as falsas promessas do Tratado de Versalhes quanto a colônias na África, a posse das províncias irredentistas e índices inflacionários, geraram na década de 1920 a ascensão de um governo totalitários e ultranacionalista: O Fascismo.