UNIFICAÇÃO ALEMÃ
Foi um processo iniciado em meados do seculo XIX e finalizado em 1871, para a integração e posterior unificação de diversos estados germânicos em apenas um: a Alemanha. O processo foi liderado pelo primeiro ministro prussiano Otto Von Bismarck, conhecido como Chanceler de Ferro, e culminou com a formação do Segundo Reich (Império) alemão.
A REVOLUÇÃO DE 1848 NOS ESTADOS ALEMÃES
A partir do movimento de Fevereiro de [1848], na França, que conduziu à abdicação de Luis Filipe I de França, nos meses seguintes diversos Estados alemães também se revoltaram, registrando-se manifestações populares e um movimento a favor de um parlamento nacional eleito pelo povo, que elaborasse uma nova constituição para uma Alemanha unificada. Poucos dias após a insurreição em Viena, burgueses e operários de Berlim ergueram barricadas nas ruas, entrando em choque com as tropas do rei Frederico Guilherme IV da Prússia, que também foi obrigado a autorizar a convocação de uma Assembléia Constituinte.
Ao mesmo tempo, ainda em Maio de 1848, uma Assembléia composta por deputados eleitos por todo o território germânico - o Deutscher Bund - se reuniu em Frankfurt-am-Main para a elaboração da nova constituição alemã. Nela, distinguiam-se dois grupos de deputados: os Grossdeutsche e os Kleindeutsche. Os deputados do primeiro grupo defendiam uma Alemanha incluindo a Àustria, estendendo-se do mar Báltico, ao norte, até ao Adriático, ao sul. Já o segundo grupo defendia uma Alemanha sob liderança dos prussianos, excluindo assim a Àustria. A solução encontrada para o impasse foi a de um Estado governado pelos Hohenzollern. A Coroa da nova Alemanha foi oferecida ao rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, que recusou-a e também não aceitou a Constituição de Frankfurt. Esta atitude foi repetida pelo governo da Àustria e dos outros Estados Alemães. O povo alemão, embora quisesse ver a nova Constituição aprovada, não estava totalmente satisfeito com ela, pois o poder ainda continuaria na mão dos antigos líderes. Deste modo, a revolução ficou enfraquecida, a Assembléia foi dissolvida e a restauração conservadora se completou, acabando, por algum tempo, com o sonho de uma Alemanha unificada.
UNIFICAÇÃO ITÁLIA
Como a população italiana lutou pela sua independência política contra as potências européias que dominavam sua região, através da vontade de uma burguesia sedenta em progresso e industrialização.
Imagine um Brasil dividido em sua totalidade por diversas influências territoriais: O Sul dominado pelos alemães, o sudeste pelos holandeses e o nordeste pelos franceses. Tal fato geraria uma grande insatisfação popular, pelo fato de que o povo não poderia eleger democraticamente novos governos e não poder comandar a economia de seu país, pois diversos países administravam ambas as partes. Tal situação era idêntica na Itália do século XIX, uma região dominada por diversas potências globais que impediam qualquer progresso econômico e competitivo no mercado, situação que permitiu que a burguesia local financia-se levantes contra os invasores europeus.
A Itália não era um estado-nação como conhecemos hoje. Desde os tempos da Idade Média (476-1453) e a Idade Moderna (1453-1789), a Itália era dividida em diversos territórios. Para sermos mais específicos, desde os “tempos das trevas” do mundo medieval, a Itália tinha 90% de seu território dividido por terras da IGREJA!. Essa sustentava uma economia agrária e quase feudal na região, cujos lucros eram remetidos, evidentemente, na criação de novas sedes cristãs, no financiamento de catequismos no novo mundo e a expansão da santa inquisição, cuja finalidade era queimar os infiéis e impuros que não respeitavam as ideologias da Igreja. Motivo: “Pela Graça de Deus e somente pela sua boa vontade e suas ordens” Avançando até o século XIX, o mundo sofreu uma transição grandiosa do mercantilismo para o capitalismo, por 2 razões: A Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A Primeira ocasionou-se pela insatisfação da burguesia por não ter possibilidades evidentes de poder progredir economicamente, devido a um governo.
Avançando até o século XIX, o mundo sofreu uma transição grandiosa do mercantilismo para o capitalismo, por 2 razões: A Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A Primeira ocasionou-se pela insatisfação da burguesia por não ter possibilidades evidentes de poder progredir economicamente, devido a um governo intervencionista na economia, que não defendia a propriedade privada e tão pouca o livre comércio. A Revolução Francesa colocou em xeque esse tipo de poder autocrático, colocando a semente na terra para que a burguesia subisse no poder; A segunda, [b] pela necessidade do aumento de produção em larga escala, do conhecimento dos meios de produção e a redução de custos. A Itália no século XIX, em 80% de seu território, tinha sua economia voltada ao setor primário, ou seja, voltado ao setor agrícola. Uma economia fraca, burocrática, lenta e pouco competitiva em um mercado que começava a se industrializar e tornar-se cada vez mais exigente. Tudo isso administrada pelas potências européias. Para se ter uma idéia, após a queda de Napoleão, o Congresso de Viena, uma espécie de Congresso de Yalta, decidiu que a Itália ficaria dividida da seguinte forma:
No Norte caberia a influência Austríaca nas regiões do Vêneto, Tirol, Istria, Sabóia e Nice;
No Centro caberia a influência da Igreja em sua antiga Região dos Estados Pontifícios;
No Sul caberia a influência da França (Governo dos Bourbon) no Reino das Duas Sicília;
Somente uma região, ao extremo Noroeste teria pouca influência dessas potências européias: o Reino do Piemonte. Esse passou por um processo de modernização que o transformou no mais poderoso dos pequenos italianos. Diferente das regiões que eram governadas pelo total absolutismo, o Piemonte possuía uma Monarquia Constitucional. Além disso, um surto de Industrialização propiciou o fortalecimento da burguesia piemontesa, cujos interesses econômicos tornavam necessária a unida política do país, ou seja, uma Itália Unificada e Livre, sem intervenções políticas e econômicas externas. A ascensão do Conde de Carvour, um rico burguês-financeiro, ao posto de primeiro ministro, apoiado pelos partidários de unificação, acelerou ainda mais o processo de independência política do país que ocorreria no período de 1860-70.
Em 1848, a Itália tentou sua independência. Diversos movimentos surgiram, em maior destaque: Os Camisas Vermelhas, liderados por Giuseppe Garibaldi cuja concentração era voltada ao Sul da Itália e apoio mais popular e o Ressurgimento, movimento pela alta burguesia do Piemonte que pregava a unificação sob uma monarquia liberal, liderado por Carvour. Nesse mesmo ano, a França explodiu uma revolução com cunho socialista que depôs o monarca Luís Filipe, e instalou a chama 2ª República. Devido a instabilidade política, um golpe dado por Luís Bonaparte (Sobrinho de Bonaparte) sobrepujou a revolução e instalou o 2º Império francês. A Revolução do proletariado francês motivou diversas nações da Europa a tentarem lutar contra o Absolutismo, inclusive no Brasil, com a Revolução Praieira em Recife. A Itália tentou lutar contra, porém as forças austríacas solaparam as resistências de Giuseppe Garibaldi e estabeleceram novamente suas influências na península. Uma derrota que estimulou ainda mais a sua independência.
Em 1860 deu-se a largada contra a opressão austríaca na Itália. Um acordo afirmado do Piemonte com Napoleão III contra a Áustria ajudou ainda mais a unificação. Em 1860, tropas francas piemontesas venceram os Austríacos nas batalhas de Magenta e Solferino, mas a ameaça de uma intervenção militar da Prússia levou a França a retirar-se da guerra, obrigando os piemonteses a concluir com a Áustria o tratado de Zurique. Por ele, a Áustria conservava a região de Veneza e cedia a Lombardia (região norte-central da Itália) ao Piemonte; este, por sua vez, cedia à França as regiões de Nice e Sabóia.
Paralelamente à guerra contra a Áustria, Garibaldi Promovera várias insurreições patrióticas na Itália central. As tropas Garibaldinas conquistaram os ducados de Toscana, Parma e Módena, assim como a Região da Romana, pertencente aos Estados Pontifícios. Em 1860, Garibaldi atacou o Reino das Duas Sicília, comandando a Expedição dos Mil Camisas Vermelhas, que culminou com a conquista de Nápoles.
Para a conclusão da unidade de país faltava ainda a incorporação de Veneza, submetida à ocupação austríaca, e de Roma, onde Napoleão III mantinha tropas francesas para proteger o Papa. O Imperador francês, por birra, opunha-se agora à unificação da Itália porque temia o surgimento de uma nova potência junto às fronteias da França.
Aquela época, a Prússia também estava promovendo a unificação da Alemanha, à qual se opunham a Áustria e a França. Os objetivos e inimigos comuns levaram em 1866 á assinatura de um pacto militar ítalo-prussiano.
Nesse mesmo ano, eclodiu a guerra Austro-Prussiano (1866), que indiretamente, iria acelerar a unidade italiana. Em campanha fulminante, a aliança ítalo-prussiana venceu os austríacos, que, entre outras concessões, foram obrigados a ceder à Itália o domínio de Veneza. Os italianos tiveram de renunciar às províncias do Tirol, Treintino e Ístria.
A unificação tomou-se por completa após a guerra franco-prussiana (1870), onde a Alemanha se unificou completamente e derrotou França; Essa retirou suas tropas de Roma.
As conseqüências da unificação foram as mais interessantes: As províncias irredentistas do Tirol, Treintino e Ístria só foram recuperadas no governo de MUSSOLINI. Desde 1866 essas ficaram sob o domínio a Áustria. No final do século XIX, o irredentismo passou a ser apoiado pela Itália, que pretendia recuperar essas regiões. Em 1915, o irredentismo desempenhou importante papel na entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial. Após essa, não foi devolvida efetivamente à Itália.
De certo modo, a unificação da Itália alavancou o processo democrático e industrial do país. Porém, a falta de um setor secundário competitivo (setor industrial), as falsas promessas do Tratado de Versalhes quanto a colônias na África, a posse das províncias irredentistas e índices inflacionários, geraram na década de 1920 a ascensão de um governo totalitários e ultranacionalista: O Fascismo.